Alta e sublime missão a do Bombeiro!
Perante ele descobre-se, reverentemente, uma população
agradecida. Por toda a parte, o seu nome vai envolto nas
manifestações de respeito de toda a gente.
Aproveitam-no como um nobre exemplo de altruísmo e abnegação.
"Dar constantemente a sua vida pela dos outros" - constitui o
seu enternecido lema, em que se desfibra uma alma pura e um
coração diamantino. Hoje, é uma Mãe extremosa que lhe beija
comovidamente as mãos por lhe ter salvo o filho querido das
garras da morte, no voraz incêndio: amanhã o filho dedicado e
exemplar que, do mesmo modo, lhe agradece ter salvo o pais
amado, nas mais tocantes e comoventes condições de heroicidade,
e que jazia, doente, numa cama,...
Quem assim procede, quem tão alto se ergue e se impõe ao
respeito e â consideração de outrem, não pode deixar de ser uma
lama moralmente bem constituída, e um coração que, de
preferência, abraça e segue o único, o verdadeiro caminho do
homem são, do homem bom, do que de diviniza pela prática de
acções nobres: - o caminho do bem.
A
sua acção verificada na missão nobre e em que segue sempre
avante - lembra a de um missionário ao serviço da sua religião.
E a missão do Bombeiro é, sem dúvida, é realmente, a religião do
bem do próximo.
É
finalmente, e ele a tem como tal, - o seu sacrossanto dever!
Todos os que servem no quartel do Corpo de Salvação Pública do
Funchal fazem também da sua e no mais alto grau - uma religião,
o seu sacrossanto dever.
A
todos anima, num espírito de perfeita concórdia desde o seu
ilustre Comandante ao mais modesto obreiro dessa obra que tanto
os nobilita e a terra que lhes serviu de berço, a mesma ânsia, o
mesmo sentido desejo de serem úteis ao seu concidadão nas
trágicas condições de um incêndio, e assim também vão
conquistando, galgando, em actos que tantos os ilustra e
dignifica, na enorme estima, no subido apreço que desfrutam na
população da Madeira, quer da sua parte distinta, selecta e
ilustrada, quer dos de condição humilde, mas que têm também
coração e sabem sentir.
Aos intemeratos bombeiros que receberam como plena consagração
do seu denodado e heróico esforço as bênçãos de todos os
Madeirenses que neles contam o melhor exemplo das suas virtudes
cívicas - pois que são dos melhores e honestos cidadãos aqueles
que vivem consagrando-se à humanidade e pelo que são tidos na
Madeira como as suas sentinelas mais queridas, sempre vigilantes
a defenderem as vidas e haveres dos que lhos entregam
confiadamente. Viva, pois, o Corpo de Salvação Pública do
Funchal e exulte a boa e pacífica população do Funchal.
Campos, Vasco e Malho, Alberto
O Bombeiro Madeirense e a sua
história (1963)
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